Aos desgarrados do pago
Que tem no peito uma ânsia
De encurtar a distância
Da querência onde nasceu
Estou trazendo notícias
Numa cantiga de afago
E o recado que trago
Ao filho que se perdeu
O Rio Grande não esquece
De todos os desgarrados
Que mesmo estando afastados
Não perdem a identidade
E o que mais tem importância
Do tamanho da distância
Sempre e menor que a saudade
(Quando tu fostes embora
Pra viver nova experiência
Saibas que a terra que amas
Também chorou tua ausência
Se um dia o céu te chamar
Marcando o fim da existência
Morre gritando Rio Grande
E manda a alma pra querência)
Vou te dar outras notícias
Pra te deixar mais contente
O cantar da nossa gente
Está bem mais xucro e mais chão
Quiseram fazer mudanças
No nosso regionalismo
Mas o puro gauchismo
Ainda joga de mão
Nesta cordeona que escutas
Fazendo amparo pro tema
Sonorizando um poema
Despretensioso que fiz
É uma homenagem sincera
No coração deste cuera
Pra te fazer mais feliz
(Quando tu fostes embora
Pra viver nova experiência
Saibas que a terra que amas
Tambem chorou tua ausência
Se um dia o céu te chamar
Marcando o fim da existência
Morre gritando Rio Grande
E manda a alma pra querência)
Quando fizeres um fogo
Pra um churrasquito na brasa
Sei que vais lembrar de casa
Do fogonear no galpão
Não te envergonhes de nada
Se a saudade te abraça
Junta o choro da fumaça
Ao pranto do coração
Fale do pampa gaúcho
Com orgulho e reverência
Não te esqueças da querência
Que ela nunca te esqueceu
Não sei porque foste embora
Mas quando achares que e hora
Volta que o pago ainda e teu
(Quando tu fostes embora
Pra viver nova experiência
Saibas que a terra que amas
Tambem chorou tua ausência
Se um dia o céu te chamar
Marcando o fim da existência
Morre gritando Rio Grande
E manda a alma pra querência)
Selvagem.
Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).
Lugar em que se nasce, de origem