Não gosto de ver um gaudério sotreta
Falando das moças, querendo cartaz
Dizendo que faz e acontece nos bailes
E na realidade não fez e não faz.
Mulheres pra eles são sempre vazias
E caem na conversa de qualquer peão
E passam a noite chuleando as gurias
E no fim do baile acabam na mão.
Levei a xirúa para os meus pelegos
É um argumento bastante infeliz -
E homem que é homem não conta achegos
Quem conta vantagem é gaudério aprendiz
E aquele que fala que leva não leva
E aquele que leva, se leva não diz.
Gaudérios que falam das moças do pago
Chegaram agora e não tem tradição
E só por que usam a bota e bombacha
Já cantam de galo bancando o machão.
E o tal de pelêgo que tanto eles falam
Na realidade o que ele traduz
Nas festas do pago se afogam no trago
E amanhece dormindo com outros xirús
Vivente aventureiro que chegou na Pampa, vindo do Brasil-central; não tinha profissão definida, nem morada certa e não se amarrava ao coração de uma só mulher
Vivente tolo e covarde (vil e ruim), ordinário e velhaco.
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Lugar em que se nasce, de origem
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho