Se tropeio légua a légua
Sem nunca vagar a esmo
É porque conheço os rumos
Das estradas de mim mesmo
Se trago nestes pessuelos
Alguns nacos de horizonte
É porque reparto sonhos
Entre pousos e repontes
Se germinam no meu canto
A semente das estradas
É porque, dentro de mim
Liberdade fez morada
Se procuro escuros olhos
Na densa noite morena
É porque dormem estrelas
No negrume das melenas
Se recruto, em cada catre
O calor de um carinho
É porque falta ternura
Pelas curvas do caminho
Se germinam no meu canto ...
Se tranço os tentos do tempo
Entretendo longa ausência
É porque, depois das idas
Vem a volta pra querência
Se galopo na coxilha
Onde habita a ilusão
É porque não domo as ânsias
Deste potro coração
Se germinam no meu canto ...
Medida do sistema sexagesimal.
Cavalo novo que ainda não levou lombilho.