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Ritual de Fronteira

De Campeiro Pra Campeiro (2002)

Luiz Marenco

E há quem diga
Que a lida do campo năo é mais a mesma,
Que os tiros de laço somente restaram pra
Historia do pampa
E năo săo mais a estampa da vida rural

Que os homens terrunhos de vozes serenas
Năo săo mais torenas no trono dos bastos
Que a base de cascos năo se faz mais nada
E que a terra plantada năo vale um real

Por certo năo sabe que lá na fronteira
A fibra campeira é o retrato do pago
Que gosto do amargo é o mesmo de outrora
E que a pua da espora ainda amansa bagual

Que tiros de laço se acha por farra
Sobre lombo, cucharra, ou do jeito que queira
Manhăs fogoneiras de pingo encilhado
Com o cacho quebrado no velho ritual

Que os homens terrunhos de vozes serenas
Ainda săo os torenas no sul do país
E se vivem no campo e charlam com calma
É por terem na alma este mundo feliz

Mas há quem diga
Que a lida no campo năo é mais a mesma
Que os homens terrunhos de vozes serenas
Năo săo mais torenas e que a terra plantada
Năo vale um real


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