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Mulher Malvada

Rio Grande de Outrora / Crime de Amor (1981)

Teixeirinha

Mulher malvada
Já me fez rolar na cama
Mulher malvada
Já me fez perder o sono
Dizia aos outros
Aquele bobo me ama
Me judiava igual cãozinho sem dono

Mulher malvada
Me tornou quase um covarde
Pisava em mim
E ria da minha dor
Mas não pensou
Que o troco logo mais tarde
Ia fazer você também chorar de amor

Mulher malvada
Ouça isso por lição
Quem planta o mal
Em terra fofa
Ele não veda
Volta o feitiço
Para tua própria mão
Ganhas o troco
Hoje com a mesma moeda

Já não tens mais
A beleza de antigamente
Já não tens mais
Aquele corpo sedutor
Quem é você
Mulher malvada no presente
Para zombar do seu antigo trovador

Mulher bonita
É vitrine embelezada
Mulher bonita
É o baton que o lenço tira
Quanto mais bela
Mais esbelta e desejada
Quebra a vidraça
O sol desbota e tudo vira

Mulher bonita
A minha dor as contagiou
Humildemente me emplora caridade
Agora queres
Que eu esqueça o que passou
Mas eu não posso
Esquecer sua maldade

Segura o troco
Enverteu nossos papéis
Segue o teatro
E a platéia silencia
Surge o vilão
Derrubando os coronéis
E se transforma
No galã da compania

Toda a derrota
Amarga mais que o próprio fel
Hoje na peça
Faço o papel principal
Em outros tempos
Era esse o seu papel
Ganhava o bem
E me devolvia o mal

Mulher sem paz
Ninguém mais lhe joga flores
Desce do palco
E vai chorar no camarim
Desiludida com o passado
E seus amores
Arrependida do mal que fez prá mim

Mulher sem paz
Não me peça mais perdão
Quando em meu peito
Ainda existe cicatrizes
Se nós tentarmos
Uma reconcilhação
Jamais na vida
Poderemos ser felizes


Além de tudo
Você não está sabendo
Que eu tenho outra
Que eu amo e que me ama
Não vou deixar
Quem comigo está vivendo
Dar seu lugar
Prá você na minha cama

Sem merecer
Me castigou ficou sozinha
Mas se quiseres
Venha nos fazer visita
Verás que a outra
Nova atriz veio certinha
Me ama mesmo
É sincera e mais bonita
Fim


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