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Gritos de Recolhida

Com a Alma Presa na Espora (1996)

Cesar Oliveira e Rogério Melo

Anoiteço golpeando o potro
Até que a noite vai embora
Mateando e rondando o fogo
Enquanto a acordeona chora
A ânsia de ver o sol
Me atormenta e namora
Se um ventena sopra as venta
Amanheço arrastando espora

Meu basto arma de guerra
Nesta batalha sem fim
Amigo até quando um xucro
Se bolca em cima de mim

Guitarra santo remédio
Pra amansar saudade potra
Chapéu cury encouraçado
Que encosta uma aba na outra

Vira o rastro e bate o casco
Que na ponta desponta a poeira
Me criei bolqueando vaca
Nos refugos de mangueira

A aurora chega ao pacito
Num trancão de caborteira
Traz gritos de recolhida
Que vem direto à mangueira

O caseiro meio aluado
Sai no rastro das tambeiras
Porque o sol se criou guaxo
Ta berrando na porteira


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