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Pra Peonada da Estância

Concerto Campeiro (2004)

Cesar Oliveira e Rogério Melo

- Da aurora firma o garrão, na cantilena do galo,
Que sarandeia o gargalo junto as figueira do oitão,
Tio Adio bate os tição faz fogo, ajeita o mate,
Terciando no mesmo embate pois sabe que a coisa "infeia"
Sempre que o dia clareia com previsão de combate!

A madrugada chega metendo o cavalo,
A peonada se perfila no galpão,
Atando espora e quebrando o chapéu na testa,
Pra salga boca num sangrador de capão.
O Dom "Devá" já "bolqueou" a recolhida,
A cachorrada escora num gesto de pega.
O brigadiano é cusco novo e vai da bueno,
E o pedal "véio" vai de arrasto e não se entrega,

Me agrada mesmo é um tal de Lori Pechada,
Que enforquilhado, corta até o rastro do Diabo.
//O Adão Mulita que é guasqueiro de mão cheia
Faz corda chata, buçal forte e "reio" brabo.// 2x

- A caponada la do posto tem cascarra,
E o João Pedro vai "te" que "bate" martelo,
Porque em seguida a comparsa do José Lasca
Vem na volteada mateando e tirando "velo".

O capataz da estância "véia" é o Dilon Loco,
E a lida bruta vem por cima e não tem nada,
De pé no chão e arremangado sobre os joelhos,
Prende-lhe o grito e vai formando a cavaleada,
Algum velhaco toca pra o Antonio Bicho,
Que é um paisano acriojado entre nos "otros".
Surgiu gaúcho num dia de marcação,
Ficou na estância quebrando queixo de potro,
Se "corcoveia" o Maneco faz um costado,
Se acaso "bolca" um fronteiro sempre abre a perna.
Este entrevero é a função do dia-dia,
Lida baguala que na estância se governa.
Este entrevero é função do dia-dia,
Lida baguala que na estância se governa.
A madrugada chega metendo o cavalo...


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