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Na Voz das Chilenas

Tapeando o Sombreiro (2000)

José Claudio Machado

De novo me aprumo
Pra montar num potro
Mesmo que de outro eu já tenha caído
Embora se torça que nem um lagarto
Total desse parto é que fui parido

Boleio as "cacharpas" e atiro no lombo
Que importa se o tombo me parta no meio
Os cravos afiados sustentam minha sina
Qual unhas de china a cada meneio

Se não fosse a doma quebrando o bagual
A vida final seria pequena
Mas tenho certeza nas coisas que faço
Palavra do aço das minhas Chilenas

Na lida brutal o Rio Grande é mais forte
Brotando do corte das velhas esporas
São elas que ditam os rumos da luta
Se o potro se perde a berrar campo fora

E sua o ginete e sangra o bagual
No duro ritual ritual é a chilena quem fala
E neste bailado entre chirca e macega
O urco se entrega e eu "surro" de pala


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