Sou Quem Sou
Canta Meu Povo / Fronteira Gaúcha (1977)
Teixeirinha
Sou quem sou, sou assim mesmo
Trago o violão na frente
Na cabeça eu trago a rima
No peito voz dolente.
Escrevo a canção que eu canto
Faço verso no repente
Não tenho culpa se alguém
Diz que sou inteligente.
No Rio Grande fui criado
Religioso e educado
Por isto é que sou chamado
Pra cantar perto de gente.
Sigo as leis do meu país
Gosto de tudo decente
Assim mesmo alguns covardes
Me criticam abertamente.
De pronto mudam de assunto
Na hora em que estou presente
Eles sabem que eu ouvindo
Acontece um acidente.
Meu braço faz a subida
Bato forte na decida
Vivi toda a minha vida
No meio de homem valente.
Não sou mais do que ninguém
Embora o meu sangue é quente
Carreteei, fui lavrador
Fui ginete competente.
Fiz transporte de boiada
Não pedi nada a parente
Abri picada em deserto
Bebi água de vertente.
Quando aprendi o violão
Me dediquei à canção
Mas a minha formação
É de homem de antigamente.
Eu tenho cheiro de terra
Do índio sou descendente
Sou bom pai, sou bom marido
Sei amar perfeitamente.
No romance do carinho
Leio frases envolventes
Rezo pra quem vive bem
Dou remédio pra doente,
Só não me pisem no pala
Porque o meu revólver
E o preço da minha bala
É uma morte de repente.