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Aos Olhos do Amanhecer

Sobre Um Homem Que Vinha Num Mouro (2006)

Joca Martins

Tal se o amanhã dependesse
De um cantar de importância
Um galho acende a vida
Da geografia da estância

Tal se o amanhã dependesse
De um mate na madrugada
Quando o sol canta de galo
Cuias se quer tão lavadas

Que tal se o amanhã dependesse
De um causo ao pé do fogo
E histórias de três ontonte
Que o avô canta pro novo

Talvez o amanhã dependa
Da memória dos galpões
Rastros da história gaúcha
Pelas manhãs dos fogões
{repete}

Talvez o amanhã dependa
Daquilo que se repete
Almas que foram de outrora
Hoje encilhando fletes

Por isso sempre amanhece
Tudo meio que era
Homens, galos e rodeios
Com seus estilos de terra

Porque o amanhã é um passado
Feito de longas esperas
Definindo a cada dia
O que aprendeu com a terra

Talvez o amanhã dependa
Da memória dos galpões
Rastros da história gaúcha
Pelas manhãs dos fogões
{repete}


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