Floreio, Musas e Poemas
DVD - Vozes Rurais (2004)
João de Almeida Neto
De vez em quando floreios
De milongas indomadas
Evoco noites passadas
Com amante que ainda não veio
Me entrego a esse devaneio
E atravesso um labirinto
Onde me orienta o que eu sinto
E avanço pelo que creio
Eu acredito que a mente
Que viemos de um mesmo parto
O tempo, espaço e os astros,
O peixe, o pássaro e a gente
Um parto sem precedentes,
Nem tardio, nem prematuro
Que impôs luz sob o escuro
E o por vir sobre o presente
{repete}
Falado:
Confio no sentimento
Dos confins da espécie humana
Fundo de campo ou savana
Aberto a todos os ventos
E é nesses acampamentos
Que cada um avalia
Com que porção de poesia
Vai fabricar seu sustento.
Me acostumei a dieta
De comer quimeras cruas
Mas em porções de uma ou duas
Só o desjejum se completa
Minha fome analfabeta
Faz crer que até muito velho
Me nutrirei do evangelho
Segundo as musas e os poetas
{repete}
De vez em quando floreios
De milongas indomadas
Evoco noites passadas
Com amante que ainda não veio
Me entrego a esse devaneio
E atravesso um labirinto
Onde me orienta o que eu sinto
E avanço pelo que creio
Sempre que cala u cantor
Creio inquietar-se uma fera
Enquanto não se apodera
Do assoite do domador
E quero crer que onde eu for
Nenhum autor terá escrito
O último verso bonito
E a última história de amor
{repete}