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Baile do Bigode

Ao Vivo (2009)

Nilton Ferreira

Com este toque de gaita e pandeiro
Eu lembrei de um fato que aconteceu comigo
Já era mais ou menos meia tarde
Quando me veio um piá
Me trazendo um chasque do baile lotado
Lá no bulicho do veio bigode
Pra estreia o assoalho que fez no puchado
E eu que não sou acanhado larguei desse jeito

Afiei o formiga engraxei o meu trinta
Já bebi por dentro da bombacha nova
Me fui a fanfarra tentear umas mazurca
Num tordilho bueno que não se retova
Entrada barata e de sobra fartura
Dizia nas tábua pregada ao moirão
Convidando a indiada a se achegar na festa
E o preço das coisas escrito a carvão

Cinco pila pros home livre pras moça
E de birapuitão o gaiteiro boerano
Cinqüenta centavo o martelo de canha
Dois pila a caneca de vinho cerrano
Vendemo docinho, bolo de milho
Cerveja, gasosa e fritemo pastel
Favor entregar o revolver na copa
Aqui não se dança de espora e chapéu

E eu convidei uma prenda e saí chuleando aquele taboeiro
E o velho bigode gritava de vez em quando parecia um piá
Cuidado com os vinho tinto indiada
O assoalho é novo deus o livre mancha

Lá de vez em quando uma rodada de canha
Por conta da festa de inauguração
E pascemo à noite a gaitaço e pandeiro
Peleia de mango de tapa e facão
No que apontou o sol serviu uma sopa
E distribuiu bala pra quem tava lá
Entrego os trabuco e pediu pra indiada
Atirem pra cima pra comemora

Cinco pila pros home livre pras moça
E de birapuitão o gaiteiro boerano
Cinqüenta centavo o martelo de canha
Dois pila a caneca de vinho cerrano
Vendemo docinho bolo de milho
Cerveja, gasosa e fritemo pastel
Favor entregar o revólver na copa
Aqui não se dança de espora e chapéu


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