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Fandango na Fronteira

Rio de Minha Infância (1978)

Cenair Maicá

Vou te contar bem direitinho de um fandango na fronteira
Vanerão se dança xote, também se dança rancheira
Os gaúchos são valentes, e as chinocas são faceiras
E os índios tinem a espora no balanço da vaneira

Esse fandango que eu falo é na fronteira do estado
Primeira estância da querência, no rio grande é o mais falado
E é dos pagos missioneiros a catedral xucra do pago

Pra se dançar na fronteira o salão sempre é folgado
São gaúchos caprichosos sempre estão bem arrumados
Guaíaca, bombacha larga, lenço branco ou colorado

Vou te falar bem direitinho das chinocas missioneiras
Dos olhares feiticeiro, carinhosa e candongueiras
Umas que são argentinas, outras que são brasileiras

Quando vem clareando o dia que já termina o fandango
Se ouve o ronco dos trinta e o forte estalo de mangos
Mas não é briga e não é nada, é os gaúchos pacholeando

Já te contei bem direitinho do fandango na fronteira
Onde os gaúchos são valentes, e as chinocas são faceiras
E os índios tinem a espora, no balanço da vaneira


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