Ronco Da Oito Baixos
100% Gaúcho (2011)
Tchê Barbaridade
Quando vejo a oito baixos nas munhecas de um gaiteiro
numa vaneira manhosa, me sinto mais missioneiro
lembrando dos velhos tempos, depois de tantos janeiros
dos bailes da minha terra, com chão batido e candeeiro
dos bailes da minha terra, com chão batido e candeeiro
como era lindo de ver, surgir ao longe um clarão
e o fogo da estrela d'alva, lá por detrás dum capão
anunciando novo dia, pra iluminar meu rincão
e conversava pachola, na cordiona de botão
e conversava pachola, na cordiona de botão
mas os tempos já passaram, hoje está tudo mudado
resta meu rancho tapera, numa coxilha escorado
mas palanqueando a querência, num jeitão bem entonado
ainda mais quando me chego pra cantar no seu costado
ainda mais quando me chego pra cantar no seu costado
tempo é igual à bananeira que morre e não dá mais cacho
secando a vertente d'água, não se ouve cantar o riacho
por isso junto ao meu rancho, de saudade me emborracho
e chego a escutar o ronco da cordiona de oito baixos
e chego a escutar o ronco da cordiona de oito baixos