Dia de Festa
Searas de Paz (1997)
Adair de Freitas
Vamos embora companheiro e não tem nada
De pataquada estamos cheios nessa terra
A gauchada não se entrega pros malvado
Diz o ditado que o bom cabrito não berra
Monta teu flete e tapeia o chapéu na testa
Dia de festa é pra esquecer os desamores
Além das cercas ficarão as invernadas
Que estão lotadas de ilusões e desamores
(Pra quem há tempos vem lutando contra o vento
E dá sustento pra uns e outros por aí
De vez em quando é muito bom afrouxar as ancas
E na bailanta retoçar feito guri
Pois afinal acho direito andar direito
Pra quem no peito vem sentindo um gosto amargo
Lavar a alma no som puro da cordeona
E das tias donas receber o doce afago)
Se a festa é nosso sempre é bom que alguém avise
Falar em crise nesta festa é proibido
Só se admite ser alegre tipo bicho
E algum cochixo de namoro ao pé do ouvido
Dê-lhe cordeona, violão, bombo leguero
Nesse entrevero de juntar gente bonita
Vamos esquecer as falcatruas e conchavos
Neste alinhavo querendão da chamarrita