Por Onde Anda a Alma Inquieta do Poeta
Batendo Água (0)
Gujo Teixeira
Por onde anda a alma inquieta do poeta?
Que nos deixou, cantando versos de saudade...
Talvez buscando um rumo nas estradas que criou
Ou procurando algum amor da mocidade.
A sombra grande dos teus versos ainda vejo
Pousada mansa, nos meus livros da estante
Ao mesmo tempo que eu a tenho assim nas mãos
Abrem suas asas, pra voarem tão distante.
Só quem já teve madrugadas pela cara
Dessas que os galos acordavam no cantar
Sabe que a alma de um poeta tem estrelas
E versos claros que por si sabem falar.
Por onde anda a alma inquieta do poeta
Que cantou versos pra saudade dos amigos?
Talvez andeje pelo céu que ela merece
E eu bem queria, que ela andasse aqui comigo.
Quem sabe ande numa tropa estrada à fora
Ou ronde mansa algum silencio de tapera...
Quem sabe ande pela tinta das canetas
Que esboçam versos, pela angustia de uma espera.
É um desafio trazer meu canto assim pequeno
(sombra miúda, ante as frondes que expande)
E que tua “luz” além da herança, nos deixou
Uma estrelita, junto ao céu deste Rio Grande.