Serei Eu Chamamé
Coração de Cordeona (2019)
Edilberto Bergamo
Serei eu, chamamé?...
Quando voltar do meu fim...
Brisa por sobre o capim...
Das quinchas dos rancherios...
Serei eu, chamamé?...
Murmurando novamente...
No aguaceiro das enchentes...
Junto às barrancas dos rios...
Serei eu, chamamé?...
No assovio de um sovéu...
Cadente, cortando o céu...
No reboleio da armada...
Serei eu, chamamé?...
Nas ventas de um sem costeio...
Notas do ranger do arreio...
Em domas e gineteadas...
Voltarei do meu fim...
Num tirão de cordiona...
China pampa, chorona...
Que requinta o que é...
Voltarei de alma nova...
Pra viver entre os meus...
Por meu povo e por Deus...
Serei eu, chamamé?...
Voltarei do meu fim...
Num tirão de cordiona...
China pampa, chorona...
Que requinta o que é...
Voltarei de alma nova...
Pra viver entre os meus...
Por meu povo e por Deus...
Serei eu, chamamé?...
Serei eu, chamamé?...
Sonorizando o barulho...
Escorrido em pedregulhos...
Das sangas que correm mansas...
Serei eu, chamamé?...
Num grito solto da boca...
De um que já vem de voz rouca...
Floreando a lida que cansa...
Serei eu, chamamé?...
Pelas coisas sagradas...
Sem precisar de mais nada...
Tendo um crioulo motivo...
Serei eu, chamamé?...
Quando voltar do infinito...
No cantar de algum piazito...
Que irá dizer que estou vivo!