Mango Carneador
Do Interior (2016)
Ita Cunha
Letra: Lucas Ramos / Evair Gomez / Rafael Machado
Foram duas, foram três, talvez uma talha inteira
Sou carneador das ovelhas num braço forte de angico
Domingo santo, bendito, que a peonada bolicheia
Berra encerrada as oveia' a espera do sacrifício
Salpica o sangue de estrelas sobre o céu das alpargatas
E o fio afiado da faca mostra, afinal, a que veio
A corrente que eu maneio facilita o carneador
Eu que já fui ramo e flor, hoje sustento e carneio
E, se antes fui angico, sentindo o vento na cara
Hoje, sou eu quem agarra, assim me fiz carneador
Enquanto a estância ressona num cochilo sossegado
Eu levo a dor do pecado em cada ovelha sim, senhor!
E, se antes fui angico, sentindo o vento na cara
Hoje, sou eu quem agarra, assim me fiz carneador
Enquanto a estância ressona num cochilo sossegado
Eu levo a dor do pecado em cada ovelha sim, senhor!
O sangue pinga na lata, exala toda fragrância
Pra cachorrada da estância, tudo é luxo e munício
Pouco importa o serviço, a causa, a necessidade
Se obra de caridade ou fruto do sacrifício
Eu também já fui consumo, carneado pelo machado
E o horizonte largo não vai além da mangueira
A sombra da corticeira é d'onde moro, onde fico
Sou braço forte de angico, sustento pra carneadeira
E, se antes fui angico, sentindo o vento na cara
Hoje, sou eu quem agarra, assim me fiz carneador
Enquanto a estância ressona num cochilo sossegado
Eu levo a dor do pecado em cada ovelha sim, senhor!
E, se antes fui angico, sentindo o vento na cara
Hoje, sou eu quem agarra, assim me fiz carneador
Enquanto a estância ressona num cochilo sossegado
Eu levo a dor do pecado em cada ovelha sim, senhor!
Eu levo a dor do pecado em cada ovelha sim, senhor!
Eu levo a dor do pecado em cada ovelha sim, senhor!