Estância Abandonada
De Campeiro Pra Campeiro (2016)
Baitaca
Declamado:
(Na estância, voltei de novo
Depois de tanto janeiro
Cruzei o mesmo potreiro
Entrei nos mesmos galpões
Bati de novo, os tições
E acendi um fogo de chão
Preparei meu chimarrão
Me pedindo explicações )
Cantado:
Fui pra porta do galpão
Quando eu me lembro eu me indago
Será que este meu pago
Onde eu vivi minha infância
No peito sente uma ânsia
Por não ver latir a cuscada
E nem berrar a boiada
Nos campos longos da Estância (2X)
Secou o açude da frente
Taipa de pedra empilhada
Onde banhava a potrada
Depois da lida campeira
Vi só o toco da figueira
Que cantava o joão barreiro
Porém não vi mais campeiro
Lidando lá na mangueira (2X)
Vi que era o mesmo palanque
Puro cerno de pau ferro
Que talvez guardasse o berro
De algum crinudo de outrora
Que a grito, mango e espora
Ficava bueno pra encilha
Pra escramuçar na coxilha
pechar touro a campo fora (2X)
Vi a mesma cerca de pedra
Porém já meio caída
E numa sombra esquecida
De cabeçalho quebrado
Somente o eixo rodado
Restou da velha carreta
E os osso da égua preta
Que a cerca tinha matado (2X)