Quermesse no Povo
Do Tempo Das Casa Véia (2016)
Xiru Missioneiro
Dionísio Costa / Mário Nenê
Eu fiquei sabendo que hoje na vila
Tem grande quermesse no salão da igreja
E já que eu me encontro folgado dos pila
Vou dar uma bombeada e tomar um cerveja
Eu seu que o gaiteiro é mui veterano
Um taura gaúcho que toca um bocado
Pedi pra mãe velha ajeitar os meus pano
Que eu chego da lida e me vou pro povoado
A festa começa no clarear do dia
Vai ter cavalgada e missa campeira
No meio da tarde tem a romaria
Em louvor à santa, nossa padroeira
Até o vigário foi requisitado
Vem lá da cidade pra abençoar o povo
Pra mim pouco importa abonar os pecado
Que eu saio na porta e já peco de novo
A comunidade já está empenhada
Matando galinha, codorna e leitão
O dono da estância doou da manada
Algumas cabeça de gado e capão
Quem vive na roça vai de manhãzinha
Levando salame, verdura e queijo
As velha já chegam direito à cozinha
E as moças atendem a barraca de beijo
Tem muitas solteira e algumas viúva
Receita perfeita pra um namoro certo
Eu sou marimbondo no cacho das uva
Depois que eu encosto, ninguém chega perto
Quem sabe na sala, eu encontre meu par
Uma moça do tipo que mamãe adora
Já disse pra ela pra não se assustar
Se eu chegar de volta trazendo uma nora
Até o vigário foi requisitado
Vem lá da cidade pra abençoar o povo
Pra mim pouco importa abonar os pecado
Que eu saio na porta e já peco de novo
Pra quem vai pro baile, não precisa pressa
Que a santa da vila é igual armazém
Vai muita gente pagando promessa
E fazendo outras pra o ano que vem
Tem uns batizado e até casamento
Discurso de posse de algum importante
Ministro anunciando os melhoramento
Que a gente espera há tempos distante
O padre que fala, o vigário que prega
Prefeito reforça a palavra empenhada
O chefe da guarda vai ditando as regra
E a gente se esquece pela madrugada
Vai entardecendo, termina a gincana
O sol vai se pondo no final do dia
Começa o fandango co'a gaita aragana
E o resto da noite é só alegria
Até o vigário foi requisitado
Vem lá da cidade pra abençoar o povo
Pra mim pouco importa abonar os pecado
Que eu saio na porta e já peco de novo
por nelson de campos