Ecos do Pampa
Semente de Vaneira (0)
Iedo Silva
Cai a chuva no meu rancho na quincha de santa fé,
Rufa a sanga na canhada pula o peixe no aguapé;
La no fundo da invernada relincha meu pangaré
O vento embalando as flores, primavera e mal-me-quer.
Oigale tchê o vento forte sacode
Embala as flores do campo e o capim barba de bode
O velho sapo mãe d’água, logo começa a gritar;
O inhandu geme tristonho abre o peito o sabiá.
Fusa a mulita campeira no pé do caraguatá
Contemplando a natureza também começo a cantar.
Como é lindo ver a chuva se guasqueando no meu rancho
Num cepo em roda do fogo devagarito me plancho
Vejo o cusco cochilando, chaleira preta no gancho;
Aperto a gaita no peito neste toada me desmancho.