Palanquero
Num Bolicho da Linha Melódica (2011)
Mauro Moraes
Tosado contra o sabugo
Com ares de pulseador
Troca orelhas, sona as ventas
Pescoceiro e sentador
Entre o cavalo e o ginete
Que "gaucho" palanqueador
Uma faixa branca e celeste
Outras desta pampa em flor
Escora o brilho da prata
De um "cotillo" carneador
E um sombreiro copa alta
Mescla de poeira e suor
Um aporreado que senta
Outro, dá um tirão e se bolca
Algum não chega ao palanque
Mas arredado se solta
Pra um "gaucho" palanqueador
A situação pouco importa
A estopa meio esfiapada
Esconde o botão da flor
De um buçal forte torcido
Desses bem aguentador
E a mão golpeia o cogote
Para ajeitar algum sentador
Comungam do mesmo credo
Sabem de espinho e de flor
Do potro manso ao palanque
E daquele mais roncador
Do índio que soca a cama
E o que dá "vuelta de honor"
Tapeia no más, tapeia
Bem na tábua do pescoço
Que o tampão da espora grande
Hay quem floreie por gosto
Porque a experiência da doma
Vem estampada no rosto