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Coisa da Fronteira

Com Jeito de Campo (2014)

Ita Cunha

Letra: Davi Teixeira
Música: Matheus Alves

Venho daquele horizonte
Onde a estrada é um reponte
E a liberdade é chirua
Na pampa larga estendida
Venho daquela querência
Onde o campo é referência
Pra quem perdeu o sentido
Das coisas "buenas" da vida

Venho daquele rincão
Onde o patrão e o peão
Batem estribo parelho
No camperear das coxilhas
Venho daquelas planuras
Onde as garças são pinturas
E cavalos riscam mapas
Pelo manto das flechilhas

De onde venho?
Ora, de onde venho!

Das carretas pra quitanda
Do gado pro saladeiro
Do charque pelas caronas
Na redenção dos tropeiros
Das estâncias legendárias
Da água benta do poço
Do lencito maragato
Nos tempos do "sabe, moço... "

De onde venho?
Ora, de onde venho!

Dos candeeiros de estopa
Dos gaiteiros "só de ouvido"
Do café preto e biscoito
Nos bailes de chão batido
Dos domingos de alpargata
Dos "comércio de carreira"
Da "alma véia de campo... "
Coisas da fronteira!


Venho daqueles galpões
Onde a alma são tições
Alimentando palheiros
E horas de camboneadas
Venho daquelas rodilhas
Onde o mate e a figuerilha
Ajojam mitos campeiros
A remembrar pataquadas

Venho bem daquela gente
Onde o bairrismo é latente
Sempre que um se atravessa
Maldizendo a "Pátria Gaucha"
Venho daquele sistema
Onde "mudar" é um dilema
Pra quem sepultou a vida
Nos remendos da bombacha

De onde venho?
Ora, de onde venho!

Das carretas pra quitanda
Do gado pro saladeiro
Do charque pelas caronas
Na redenção dos tropeiros
Das estâncias legendárias
Da água benta do poço
Do lencito maragato
Nos tempos do "sabe, moço... "

De onde venho?
Ora, de onde venho!

Dos candeeiros de estopa
Dos gaiteiros "só de ouvido"
Do café preto e biscoito
Nos bailes de chão batido
Dos domingos de alpargata
Dos "comércio de carreira"
Da "alma véia de campo... "
Coisas da fronteira!


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