Não Largo De Mão
Gauchadas I (2012)
Parentte
Me emponcho de experiência e estrada
dos cavalos que domei
de tropa cruzando cochilhas
carreteadas que troteei
lançante, brete, quadra e campo
emponchado em xucros corcoviei
a cada corcovio um laçaço
domando a vida me criei
chega um tempo me paro abancado
por vez me pergunto onde é ofício pra mim
por que um taura na lida envelhece
e a vida parece que é xucra no fim
ontem o mango, hoje o peso da cuia
me enverga a coluna que eu caia no chão
pra esse véio esta cuia é uma crina
morte grudado é sina, não largo de mão
lembrar rebolca o pensamento
solavanca solidão
pois mandalete de fazenda
não dá rédea ao coração
fui piazito muntado num sonho
ter meu rancho, minha criação
fui maneado nas rédeas do tempo
sem cavalos e arreios no chão.