Soltito ao Vento
História do Tico Louco (2001)
Baitaca
Saltei do fundo da grota
Bradiadito e me brandiando
E montei num verso xucro
E sai me escrabuçando
Chapéu quebrado na testa
E um colorado abanando
Pra viver soltito ao vento
Apartadito do bando.
Com a belena sobre o vento
Me criei meio soltito
Cumendo bago de toro
Bucho, Tutano e granito
Sou bugre de estampa média
Não sou feio e nem bonito
Não caso e nem me amaseio
Que é pra galderear solito.
Não creio em chimbo aporriado
Nem chinoca carboteira
Gosto de dançar apertado
Entreverado na poeira
E bailar com pé trocado
Eu já to levado a casqueira
Junta grossa e os pés estopiados
De manquejar a vaneira.
Sou a estampa do Rio Grande
Missioneiro topetudo
Cresci no pampa extraviado
Bem largado e macanudo
Redomão e cabortero
Queixo duro e cruniudo
Por que cria de bagual
Já tem que nascer cuiudo.