Fama de Bagunceiro
Na Carona da Vanera (2005)
Sinuelo Pampeano
(Otávio Darci)
Sou índio guapo, trabalho a semana inteira
Na minha gibeira sempre trago o que gastar
Sábado à tarde não trabalho e me preparo
Saio no faro de um fandango pra dançar
Eu danço mesmo e mando pata pra valer
Me entrevero e dou-lhe grito e danço até o amanhecer
Comigo não tem gregório pra depois dizer gregre
China maleva e mesquinha comigo não tem querer
Estrada afora eu escuto o toque de gaita
E esse taita chega a ficar se arrepiando
Escramuço o pingo e dou-lhe tiro na chegada
E a indiada já sabe que sou eu que tô chegando
Eu danço mesmo e mando pata pra valer...
Olho pro canto, tem uma china me espiando
Vou convidando a desgarrada pra dançar
Balançou a crina me dizendo que não ia
Senti que a folia já tava pra começar
Eu danço mesmo e mando pata pra valer...
Sentei-lhe o braço nos beiço´ dessa crinuda
Mas a beiçuda não me faz perder a vaza
Ganhar carão pra mim é um baita desaforo
E desaforo eu nunca levo pra casa
Eu danço mesmo e mando pata pra valer...
E a pau e corda eu acabo com o fandango
Batendo mango eu saio do entrevero
Monto a cavalo e dou-lhe boca estrada afora
E vou-me embora com fama de bagunceiro
Eu danço mesmo e mando pata pra valer...