Peão Campeiro
O Rio Grande Sou Eu (2007)
Sinuelo Pampeano
Era tropeiro bom de laço e domador
peão de estância, esquilador e alambrador
porém achou que lhe faltava liberdade
tirou a pilcha e se borneou para cidade
chegando lá, não encontrou colocação
não tinha vaga pro seu ofício de peão
quebrou a cara mas não quis voltar atrás
lembra do campo e sente a falta que lhe faz
mas, peão campeiro
ponha o pala e bate as asas
monta num trem e volte à trote para casa
que a liberdade é um cavalo em campo aberto
prá quem volta o tempo voa, o longe é perto
se arremangou e para não cair de fome
hoje é ginete de cidade e doma andaimes
mas quase morre de saudade e desconsolo
pois pelas obras é tropeiro de tijolo
e na janela num barraco de favela
mateia triste sobre a xucra luz da vela
então se lembra do seu rancho e do galpão
e passa as noites gineteando o coração