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Milonga do Carreteiro

35 Mega Sucessos (2013)

Jari Terres

Venho lá da vista alegre
Pregueando boi no carreiro
Com honra sou carreteiro
E bem gaúcho é que sou
Usando a guilhada grande
Eu ainda sou rio grande
Passado que não passou.

Sou a história da carreta
Tradição que não morreu
Sou o tempo que se escondeu
Atrás da curva da estrada
Onde o pneu do pregresso
Por ser difícil acesso
Nao descobriu sua entrada.

E carreteando eu vou longe
Firmando o pé na macega
Enchendo os olhos de légua
Das léguas nada me encerra
Eu subo e desço lançante
Com minha casa ambulante
Cheia de frutos da terra.

(refrão)
E a carreta corta o vento
Parceira dos madrigais
Rechinando uma milonga
Pra os campos do nunca mais.

Se a noite chega e me agarra
Cruzando de certo campo
Em meio ao campo eu acampo
Sem medo de assombração
Ouvindo ao longe o aboio
Das águas claras do arroio
Minando minha solidão.

E quando eu canto uma milonga
No vai e vem da carreta
O tinido da palheta
Repica igual ao sincerro
E eu me vou quebrando a ponta
Do verso quando ela aponta
Despontando atrás do cerro.

E quando a lua se empaca
No céu ouvindo a milonga
Na claridade se alonga
O meu cantar milongueiro
E a minha carreta flutua
Cheia de versos e luas
E sonhos de carreteiros.

(refrão)
E a carreta corta vento
Parceira dos madrigais
Rechinando uma milonga
Pra os campos do nunca mais.


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