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Pialo Do Boi Brasino

Coisa Boa é Bailão (0)

Crioulo dos Pampas

Toda vez que encilho o pingo e aos ventos prendo o meu laço,
Sinto no peito um ascasso ao me lembrar de onde venho,
Oigaletê que tombo feio eu dei naquele brasino,
Cumpriu-se assim o destino certa manhã de rodeio.

Na estância tinha um turuno, brasino chucro e matreiro,
E não havia tropeiro que o levasse ao matadouro,
Tinha imponência de touro este filho da querência,
Mas eu botava tenência pensando naquele couro.

Já se fechava o rodeio, e foi justamente quando,
Eu até ia pensando no meu incerto destino,
Neste momento o Brasino bufou, saiu campo afora,
Eu disse "vai ser agora que tu me pagas teatino".

Fui palmeando o meu laço e atirei-lhe sobre o lombo,
Nem quis escutar o tombo quando meu laço estirou,
"Por certo que se quebrou", disse ao vê-lo batalhando,
Era o Rio Grande ensinando os contos do meu avô.

Do seu couro eu fiz um laço trançado a gosto e preceito,
Por Deus que carrego o jeito daquele guapo teatino,
Eu também tenho um destino, mas dele não me receio,
Embora seja mais feio que o pialo do boi Brasino.


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