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Ofício de Domador

Diploma de Campeiro (2010)

Grupo Manotaço

(Paulo Rocha)

Fui perfilando meus caco' num galpão cerne de angico
Onde o mais pobre milico se transforma em coronel
Comandante do quartel da campeira fidalguia
Me emponcha na noite fria um calor de labareda
E um galo pena-de-seda cantarola o novo dia

Depois do ritual do mate, vou rumbeando pra mangueira
E a potrada caborteira me conhece pelo tranco
De tirador, lenço branco, rosetuda no garrão
Num mango feio na mão, no braço a rude certeza
De lidar com a rudeza de aporreado e redomão

Todo bagual que caruncha, nos dente' que fica bueno
Pros arreio' do moreno, ginetaço e domador
Do quebra corcoveador com maçaroca no rabo
Misto de bicho com diabo, de guará com mão-pelada
Se o mango é tala adoçada, é amargo o gosto do cabo

Já domei tantos que a tarca quebrou os ossos da conta
Pealei, fiz trocar de ponta, amanunciei potro em rodeio
Montei de em pelo sem freio, mas nunca perdi a esperança
Quem espera sempre alcança, por isso que eu alcancei
Tantos fletes amansei, só meu peito não se amansa


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