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O Vento Minuano

Dorme Angelita (1969)

Teixeirinha

(eita me vento ma leva, que liga na entrada da noite
Se acompanhado de um chuvisqueiro
E eu vou no boliche tomar um trago)

Minuano, minuano, vento ma leva do pampa
Na quebrada da cochilha, assubiando destampa
Bate no rosto trigueiro de uma chinoca bonita
Balança o cabelo dela, desmancha o toque de fita

Minuano, minuano meu vento sul brasileiro
Me faz lembrar com saudades dos meus tempos de tropeiro

(tempo bom que não volta mais)

Quando venta o minuano lá no rio grande do sul,
Carrega as nuvens cinzenta, deixando o céu mais azul
Dois, três dias o vento para
Cai a noite o frio se abrande
Trampo de enchada amanhece os campos do meu rio grande
Quem é magro treme o queijo, põe gali vento tirano
Só quem tem chinoca gorda resiste firme o minuano

(é preciso ter uma chinoca gorda se não não resiste o mês
De julho e nem de agosto)

Vento tradição de um povo se retrata na cochilha
Balanceia a cruz de cedro de muito herói farroupilha
Parece um novilho bravo, o minuano roncando
O lixero dá me um trago, pro meu rancho estou voltando

Gela meu corpo minuano, de mim não tenha pudor
Só assim eu paro mais nos braços do meu amor.


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