Caloteiro
Os Trovadores do Sul (1969)
Os Monarcas
Eu devo a vida ao pai eterno
Devo na escola e não aprendi nada
Saí devendo tinta e caderno
A minha vida está endividada
Devo à farmácia, devo ao doutor
A lavadeira dona Carolina
Até meu terno velho já sem cor
Estou devendo ao turco da esquina
(Oi que vida triste
Oi vida apertada
Meu desgosto é tão profundo
Devo a todo mundo e não tenho nada)
Lá no meu bairro devo à padaria
Devo ao armazém, devo ao açougueiro
Um mês de leite devo à leiteria
Devo ao alfaiate, devo ao sapateiro
Devo uma missa para o vigário
Favor entao estou devendo a bessa
Devo uma vela para o santuário
E a cada santo devo uma promessa
//refrão
Oi que vida triste
Oi vida apertada
Meu desgosto é tão profundo
Devo a todo mundo e não tenho nada
Devo seis meses de aluguel
Lá no barraco do seu Maneco
Para o barbeiro devo um pincel
Devo uma pinga em cada buteco
Desde menino que devendo eu venho
Por caloteiro fui apelidado
Para aumentar as dívidas que eu tenho
Eu vivo sempre a conversar fiado
(Oi que vida triste
Oi vida apertada
Meu desgosto é tão profundo
Devo a todo mundo e não tenho nada)