Os Monarcas

Do Sul para o Brasil

1989

Só No Sábado Que Vem

Pela estrada no pampa se "bamo" faceirote batendo na marca
Emponchado de bailes e festas, essa é a vida que leva os monarcas
Não há chuva, frio ou mormaço que atrapalhe um só compromisso
O Rio Grande está satisfeito, orgulhoso do nosso serviço

Ao fechar a porteira do baile, rebanhamos saudades lembranças
Vem aurora vestida de prenda nasce o dia pra outras andanças

Vamos dançar a chamarrita que é dança galponeira
Que nasceu lá na Argentina e se bandiou pela fronteira

Prima rica do bugio no compasso de vaneira
É dança que virou moda da moçada dançadeira
É dança que virou moda da moçada dançadeira

Não tem prenda que resista o compasso desta dança
Seja velho ou seja moço, "dale" casco e não se cansa
Se o gaiteiro é bom de fole se desdobra se desmancha
E a gauchada se assanha, gritando e pedindo cancha

Vamos dançar a chamarrita que é dança galponeira
Que nasceu lá na Argentina e se bandiou pela fronteira

Prima rica do bugio no compasso de vaneira
É dança que virou moda da moçada dançadeira
É dança que virou moda da moçada dançadeira

No balanço desta dança dois por um bem compassado
Não tem mal que não se acerte nem prenda sem namorado
O salão fica pequeno a chinoca mais bonita
Abram alas minha gente pra dançar a chamarrita

A chamarra solta a chincha num "corcóvio" rabonado
E um lampião acende a chama clareando os quatro costados
Vem sestrosa da cozinha igual mulita na toca
Com tope de fita e tudo um exemplar de chinoca

É hoje penso ligeiro que gasto em um eito de prosa
E levo pros meus pelegos essa prendinha dengosa
É hoje penso ligeiro que gasto em um eito de prosa
E levo pros meus pelegos essa prendinha dengosa

Uma cordeona castiga Lua a Lua, Sol a Sol
Começa no lusco fusco e só cala no arrebol

Entre poeira e brilhantina se foi meu taco de bota
Surrando o lombo do chão montado nota por nota
Saudando a barra do dia lá do fundo do quintal
O galo despertador sola um canto matinal

Cala-se a velha cordeona, dorme os lampião sonolento
E a prosa que não gastei levo de volta nos tentos
Retorno como cheguei, eu o pingo e mais ninguém
Porque a resposta da prenda só no sábado que vem

Uma cordeona castiga Lua a Lua, Sol a Sol
Começa no lusco fusco e só cala no arrebol

Como é bonito ver na nova alvorada
A linda noite calada aos poucos vem se bandeando
E eu mateando ao redor de um brasedo
Ouvindo no arvoredo, os passarinhos cantando
No horizonte um clarão que anuncia
Indicando um novo dia e o sol que vai chegar
Para esquentar a terra fria do orvalho
E servir de agasalho a quem dele precisar
Para esquentar a terra fria do orvalho
E servir de agasalho a quem dele precisar

Vida buenacha que faz bem e da prazer
É sentir no amanhecer o sabor da natureza
Tantas belezas que muitos não as conhecem
Lá na cidade padecem carregados de tristeza

Após o mate, cafezito de chaleira
Oigalê bóia campeira feita pela tia Zefinha
Acompanhado de broa e leite bem gordo
Misturado com apojo da bragada e da mansinha
Ao meio dia é a hora mais sagrada
De baixo de uma ramada prontito pra churrasquear
E o peão caseiro já quase dentro do litro
Avisa que o cabrito tá no ponto de cortar
E o peão caseiro já quase dentro do litro
Avisa que o cabrito tá no ponto de cortar

Vida buenacha que faz bem e da prazer
É sentir no amanhecer o sabor da natureza
Tantas belezas que muitos não as conhecem
Lá na cidade padecem carregados de tristeza

Dicionário gauchês

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