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Minha Querência (Gilda Souza Soares)

Lago Verde Azul (1998)

Osvaldir e Carlos Magrão

De manhã muito cedinho, quando o sol devagarinho
vem rasgando a eescuridão
ouço a voz da peonada, no galpão arrinconada
em roda de chimarrão
de cacimba vem chegando, a velha pipa derramando
gotas d´água pelo chão
vacas mansas na mangueira e ciscando, muy faceira
no terreiro a criação

meu rio grande do sul, meu lindo pago, meu chão
minha querência eu te trago, na forma do coração

gineteando a cavalhada, cruza o campo a gauchada
pra o rodeio e a marcação
e o quero-quero alvissareiro, que lhes avista
primeiro
grita a sua saudação
quando eu vejo a minha serra e a beleza desta terra
nos meus olhos o debucho
prezo a deus em minha crença
por esta ventura imensa de ter nascido gaúcho.


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