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Meu Amigo e Seu Bragado

Canto Ancestral (2011)

Lisandro Amaral

Um candieiro acende a noite e me encontra bem montado
Tive pingos, tantos pingos onde exalta um bom bragado,
Que enfrenei pra um novo amigo, nome de gente soldado.
Um destes pingos que agente sente falta de estar montado
Tinha nome de tenente, sinto falta, do bragado.

Quando acendo meu luzeiro tem surungo sim senhor
E um ranchito que me chama preso ao destino de cantor
E a tropilha que verdeia entablada a me esperar
Tem a noite de madrinha com cincerros de luar
Curandeiro meu silencio enfrenou nesta jornada
Num surungo ao campo fundo, levei toda a matungada
Só faltava o tal bragado, que entreguei a don xiapeta
Vem tosado, lombo lindo, sem um risco de roseta.

E quando acendo o luzeiro tem surungo sim senhor
E um ranchito que me chama preso ao destino cantor
E quando a noite me espera é que me vale senhor
Minha tropilha entablada, troféu de bom domador
E quando o canto desdobra pra uma cordeona sonhar
Casar com a noite me vale, por dono do meu andar.

Errei muita meia doma, mas me limpo na enfrenada
Lembro até duma morena que me fez zóio de nada
Eu vi tudo que ela tinha, me botei por ser cantor
Me enfreno em baixo da língua, também erra o domador.

Tanto amor tinha pra ela, tanto não ela me deu
Que até a lua de cincerros junto a noite se escondeu
Extraviou-se minha tropilha, menos mal que enluarado
Tava no baile do faéco e me ajudou no seu bragado.

E quando acendo o luzeiro tem surungo sim senhor
E um ranchito que me chama preso ao destino cantor
E quando a noite me espera é o que me vale senhor
Minha tropilha entablada, troféu de bom domador
E quando o canto desdobra, pra uma cordeona sonhar
Casar com a noite me vale, por dono do meu andar.

E quando o canto desdobra pra uma cordeona sonhar
Casar com a noite me vale, por dono do meu andar

Casar com a noite me vale, por dono do meu andar


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