Tempo Escrito
Tempo Escrito (2010)
Marcelo Oliveira
Secretas almas que alumbram poemas quietos que tenho
Alguns nos "diz" de onde venho, em outros nem sei do que falo
De algum domingo a cavalo de uma semana de estância
E acumuladas distâncias, de ser campo e cantá-lo.
Poetizei meus encontros e respirei todos puros
Na intimidade do escuro, iluminei de esperança
E atei pra sempre uma trança, com duas índias perdidas
Uma materna, outra vida, com a benção de ser criança.
É material este mundo e se desgasta ao tranquito
Pra respirar solto um grito que a imensidão determina
Pois sou mais índio que a crina e sou ouvido no escuro
Encilho um potro e te juro, que a paz do escuro ilumina.
Secretas almas que dormem, vivem poetas nas sombras
O tempo escrito é que nombra de quem serão estes versos
Pra o mundo novo eu só peço, na irmandade da cruz
Que cante um canto de luz pra amanhecer o universo.
Espiritual este mundo de luas, sangas e escuros
Tudo que escrevo, te juro, que há de firmar esta trança
Iluminando as crianças e amando índias perdidas
Maternas flores da vida na luz que benze esperanças.