Campesino cantador, desfraldo um bronze rural
Com gosto de pastiçal e aromas de campo em flor
Um assovio faz fiador, e se entropilha no meu verso
Comigo mesmo eu converso, a lo bruto, guitarreando
E escuto o mundo pulsando, no coração do universo
Trago dos velhos galpões, baldas e perfis humanos
E centauros americanos em de redor dos fogões
Fecundando aspirações que se perderam ao léu
E ao rebentar o sovéu, me paro quieto a cismar
Pois quando empeço a pajar, eu canto olhando pro céu
Int.
Pois todo cantor campeiro, que apeia de rancho em rancho
E
Muito mais que esse andar ancho de gaudério e estradeiro
Carrega um vento, um pampeiro no mais fundo do tutano
E se abre o peio paisano pela redenção social
Transforma o canto em missal ou num libélo pampeano
Me perdoem se me miro, e me vejo chão campeiro
Pois um taura guitarreiro, se torce mas não dá giro
Esse é o arame que estiro no lombo do descampado
Sou um taita meio abugrado, cantador de alma andeja
Que tem o céu por igreja e a pampa de altar sagrado
Int.
Por aqui paro a guitarra, que soluça em mi maior
E limpo a gota de suor, que no bigode se agarra
Lá longe meu pingo esbarra e relincha, que maravilha
Pois sabe que quem o encilha, carrega um pampeiro, um vento
Que esporeia o pensamento, da paleta até a virilha
Int.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Vivente aventureiro que chegou na Pampa, vindo do Brasil-central; não tinha profissão definida, nem morada certa e não se amarrava ao coração de uma só mulher
Natural do mesmo país.
Vivente que se pode recomendar.
Vivente valentão, destemido e guapo.
Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).
Afetivo de cavalo de estimação.