(João Carlos Loureiro/Valdomiro Maicá/Nelson Theisen)
alambrado, violão feito de arame
que se estica lá nos campos do rincão
duetando com o vento minuano
as canções de muitas gerações
é o poleiro do pelincho que valseia
equilibrando, barulhento, em tuas cordas
até a coruja que, pra muitos, agourenta
faz pezinho nos palanque que te escora
não foram poucos os estouros de matungos
que fizeste teus encontros terminar
e os ponchos de tropeiros encharcados
como bandeira tu escoraste pra secar
alambrado, violão feito de arame...
hoje, perdido aqui no povo onde vivo
tenho vontade de sair pra te encontrar
e num rasgo de saudade e aconchego
em teus palanques eu me escoro pra sestear
alambrado, violão feito de arame...