(Letra: Paulo Gregory/Luiz Conrad | Música: Valdomiro Maicá)
Nas emoções de quem canta
Fui de homem a menino
Descobri mais uma curva
Na rota do meu destino
E fico de boina na mão
Na frente do santo divino
Mais de um irmão peregrino
Eu vejo comparecer
O movimento dos dedos
Faz a guitarra crescer
E a alma ordena as frases
Que a boca teima em dizer
Se vim do ventre chorando
Deus me ensinou a cantar
Eu gostei tanto do canto
Que esqueci de chorar
Cada irmão que chega
Acha o galpão aberto
Nosso verso sai sem rumo
Do rio para o descoberto
Como capincho com medo
Dum tiro que passou perto
O pinho preso ao peito
Solta ligeiros ponteios
E os nossos primeiros cantos
Como forma de gorjeio
Tira pontas de espinhos
Dos ferimentos alheios
Se vim do ventre chorando...
Sei que o vento embala
As asas do passarinho
Leva o cisco da estrada
Arranca o talo do ninho
Busco a rima certeira
Nas cordas velhas do pinho
Tudo que quero pra mim
É a flor dos arvoredos
O tinido das seis cordas
Na carapuça dos dedos
E uma mulher de coragem
Para emponchar meus segredos
Se vim do ventre chorando...