Acontece na casa onde moro uma fome
De só querer se gostar
Uma cara vermelha tentando
Se consumar
Uma janela desengonçada, um mapa,
Uma notícia ainda por vir
A pé ou a cavalo, tanto faz
Não quero briga, aviso a saudade
Basta um banquinho, uma voz, um violão
Um tango, um sorriso, um lápis, papel
Um samba, milonga... um chamamé
A gente da boca pra fora, melhora
Diz coisa com coisa,
Faz guerra de nervos
E cheio de birra faz cara de bravo
Põe fogo no mato,
Pilchado até os dentes
A vida na alma da gente
Parece carente
Logo quer tocar
Mansinha ela busca um cantinho,
Se abanca no mimo,
E, criativa, ouve música
E se reconhece louca
Na encilha do mate
A tempo de se gostar, gostando
Assim é o futuro humano
Enquanto uns lambem a cria
Outros fazem poesia
Portanto assim também
É o meu amor
Portanto assim também
É o nosso amor
Portanto assim também
É o meu amor
São os aperos que vão sobre o lombo do eguariço, somente.