Eu to pensando em dar um pulito na fronteira
Uma saudade me cutuca o coração
Dos tempos buenos de comer churrasco gordo
Das cantorias e dos fandangos de galpão
Café bem quente preparado na cambona
O pão campeiro com manteiga do Uruguai
Ao meio dia vou comer feijão mexido
Que a mãe fazia com carinho pro meu pai
Vou pra fronteira reviver a minha infância
Talvez encontre um amor que deixei lá
Pois a lembrança da primeira namorada
Não há gaudério que não goste de lembrar
Eu não me esqueço dos meu velhos companheiros
Das serenatas e das folias de galpão
Do chinaredo que morava lá no cerro
Que se entregava pro meu toque de violão
Lá na fronteira sempre tem um bailezito
E uma cachaça fabricada em San-Tomé
Se o índio é galo bebe um gole no gargalo
E sai cantando de improviso um chamamé
E um gaitaço pra acordar quem ta dormindo
E um panderaço faz baixar o santo no chão
E dele festa no rincão da Tia Maria
E não tem nada nem que tenha nego Adão
Comida preferida do gaúcho.
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Vivente aventureiro que chegou na Pampa, vindo do Brasil-central; não tinha profissão definida, nem morada certa e não se amarrava ao coração de uma só mulher
Lugar isolado em fundo de campo.