Do meu rincão missioneiro
Me orgulho de ser filho
Esta canção que dedilho
Tem um nativo sabor
É verdade sim senhor
Esta terra é encantada
Sobre o Uruguai espraiada
Esta minha querência flor
Espraiando acalantos
Vertilizando mil flores
Rancherio dos meus amores
Todo enfeitado de luz
Inspiração que me induz
A cantá-la docemente
Sobre o Uruguai imponente
O velho Rincão da Cruz
Querência de mil histórias
De heróis e de valentes
Na cantiga das vertentes
Um crioulo desafio
O minuano vento frio
A bordejar o meu canto
Nos aquáticos encantos
Do aguazepa beira rio
Lá do silêncio das margens
O canto suave das águas
Onde murmuram as mágoas
Nos galhos do sarandis
Em riba os bem-te-vis
Em sinfonias costeiras
Soluçam nas ribanceiras
Velhas canções guaranis
Lugar isolado em fundo de campo.
Lugar onde se gosta de viver; se quer viver; lugar do bem-querer.
Filho de origem estrangeira, nascido aqui. Pode ser filho de branco, de amarelo ou de preto, não importa a raça ou a cor.
Vento predominante frio e seco, que sopra do quadrante SW (Alegrete, Uruguaiana, Quaraí, Barra do Quaraí) - donde habitavam os nativos (índios) denominados Minuanos (por essa razão), que se tornaram hábeis campeiros (laçadores e boleadores).