INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Romance do Pala Velho

Noel Guarany

LP Sem Fronteira (1975)

Uma vez fui na cidade,
Na maldita perdição,
Lá perdi meu pala velho
Que me doeu no coração.
Quando voltei da cidade
Vinha com dor na cabeça
Cheguei fazendo promessa:
Deus permita que apareça.

Encontrei xirú do posto
E não deixei de maliciar
Que ele achou meu pala velho
E não queria me entregar.
Fui dar parte ao comissário,
Ficou pra segunda-feira
Me levaram na conversa,
E se foi a semana inteira.

Veja as coisas como são,
Como se forma a lambança
Que pelo mal dos pecados
Era o forro das crianças.
Com este meu pala rasgado
Passava campos e rios
Com este meu palinha velho
Não temo chuva e nem frio.

Foi forro para carpetas
Em carreiras perigosas
Inté serviu de agasalho
Pra muitas prendas mimosas.
Inté nas noites gaudérias
Meu pala, soltito ao vento,
Ia abanando pachola
Pras luzes do firmamento.

Informem nas vizinhanças
Este triste sucedido
Quem tiver meu pala velho
Que prendam este bandido.
Neste mundo todos morrem
Da morte ninguém atalha
Me entreguem meu pala velho
Para mim levar de mortalha.

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PALA

Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).

XIRÚ

Vivente amigo e companheiro; é um vocábulo síntese da palavra CHE (amigo) e da palavra IRÚ (companheiro).