Onde andará a menina da janela?
Onde andará a casa branca da menina?
Os jasmineiros perfumando o jardim
Que lembro bem dentro da minha retina.
O coração ainda bate pela querencia
Pela carreta, junta de bois, pelo rodeio.
Pelo vento que soprava no terreiro
Vindo do norte anunciando o tempo feio.
O violão canta baixinho uma saudade,
Na noite mansa chora restos de lua.
No povoado abandonado por meus igueis
Onde perdeu-se a poesia das estrelas nuas.
Por deus que ainda lembro a querencia
No cocho d`alma lambendo sal.
E a vida por aporreada se boleia
E mete a cara dentro do buçal.
Sangas claras são os olhos da menina
À figueira grande as juras de amor
Sei que se perdem no tempo as palavras
Morrem promessas pra nascer a dor.
Onde andará a menina da janela?
Onde andará a casa branca da menina?
Sei que o tempo não consome as lembranças
Tão pouco envelhece uma saudade.