Levando o vento no peito
pelo pampa um dia andei
alargando os horizontes
que eu mesmo redesenhei
e os mapas que risquei
a lança e ponta de adaga
estão nas folhas dos livros
que a memória não apaga
estão nas folhas dos livros
que a memória não apaga
(refrão)
um dia deixei o campo
porque o campo me deixou
no pasto perdi o rastro
que o vento norte apagou
morador dos corredores
deixei prá trás horizontes
herdei a fome das vilas
e a quincha nua das pontes
herdei a fome das vilas
e a quincha nua das pontes
um dia volto à querência
para cortar sesmarias
e o novo canto da terra
cantarei nas pulperias
desgarrados, bóia-frias
encontrarão nova trilha
e os direitos sonegados
virão a sobre partilha
e os direitos sonegados
virão a sobre partilha
(repete o refrão)
um dia deixei o campo
porque o campo me deixou.