Quebrô minha adaga, to peleando só co toco
De tudo um pouco me agarro de unha e dente
Sô missioneiro, homem xucro e retovado
Faço o passado se acoierá com o presente
Nas minhas andanças, trago as melena engraxada
Bota empoeirada da braba lida campeira
Meu tirador tá véio, quase em pedaço
De manotaço de égua xucra e carboteira
De noitezito eu meto-lhe um trago no peito
E já me deito no pelego sobre o chão
Minha companheira é a noite escura estrelada
De madrugada faço fogo no galpão
Rancho de barro, feito no sistema antigo
E o cusco amigo latindo no parapeito
Chaleira preta e um porongo bem cevado
Chapéu tapeado como um sinal de respeito
O meu passado nunca me sai da lembrança
Desde criança tenho a vida complicada
De dia por dia virando cerro de arado
Escuiambado de puxá o cabo da enxada
Minhas verdades hoje eu revelo cantando
Cresci brincando nas costa do Riguati
Uruguaiana, eu trabalhava o mês inteiro
De peão campeneiro na estância de Indaí
E quando eu chego nas bailantas de Domingo
Ato meu pingo debaixo de um cinamão
Desde guri eu gostei muito de surungo
E dum resmungo de cordeona de botão
E quando enxergo uma chinoca se assanhando
Me provocando pra dançar, eu já convido
Sendo solteira, ela se acampa nos meus braços
Se for casada, se disquita com marido.
Selvagem.
O mesmo que cabelo
Avental de couro; pilcha exclusiva de serviço.
Pancada com a mão.
Pequeno cachorro (o mesmo que guaipeca).
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Grande estabelecimento rural (latifúndio) com uma área de 4.356 hectares (50 quadras de sesmaria ou uma légua) até 13.068 hectares (150 quadras de sesmaria ou três léguas), dividida em Fazendas e estas em invernadas.
Afetivo de cavalo de estimação.
menino, garoto (Se usa em outras partes do Brasil)
Guria que se pilcha de bota e bombacha ao invés do vestido de prenda, prenda que passou dos 30 anos.