Vivo na campanha com simplicidade
Porque a humildade me faz muito bem
Sou um homem rico de felicidade
Pela liberdade que o campeiro tem.
Sou peão satisfeito, bombacha folgada
Sempre uma risada no meu rosto estampa,
Atropelo a fome cortando a costela
E a poeira na goela num trago de guampa.
Sou de pouca prosa, xirú meio xucro
No jogo de truco desdobro o baralho
Conheço artimanha de china dengoso
Que é dono da prosa pra não dar trabalho.
Sou amigo do jogo, gosto de criança
Desdobro uma dança do jeito que vier
Pra marcar o xote, não tenho receio,
Faço um sapateio e danço bem o chamamé.
De noite lá no rancho na hora sossego
Deito nos pelegos como antigamente
Levanto bem cedo tomo um mate amargo
Pra enfrentar o encargo alegre contente.
E quando as vezes um dia eu fico na cidade
A tristeza invade, me encharco de canha;
E a velha saudade no peito me acarca
E eu bato na marca e vou de volta pra campanha.
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
Vivente amigo e companheiro; é um vocábulo síntese da palavra CHE (amigo) e da palavra IRÚ (companheiro).
Selvagem.
Espécie de jogo de cartas, entre dois ou quatro parceiros.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.