Dia primeiro de maio
eu me lenvantei cedinho
a mary já estava pronta
pra nós sairmos a caminho
o destino era caçar
no banhadão do caminho
levei duas espingardas
da coronha cor de vinho
passamos por viamão
encontramos com zezinho
ele me disse teixeira
tu não vai caçar sozinho
eu vou buscar a julieta
e a minha espingarda preta
e o meu violão de pinho
armamos o acampamento
na beira de um riacho
a mary mais a julieta
fervendo água no tacho
o sol deitou no horizonte
que coisa linda que eu acho
eu disse pro companheiro
tá na hora eu não relaxo
e entrou banhado adentro
dois cara valente e macho
os marrecões vem em bando
tu te agacha e eu me agacho
atirando de bom jeito
marrecão metendo o peito
morrendo e vindo pra baixo
a mary com a julieta
veio nos dar uma mão
nos espalhando na água
ajuntando marrecão
voltamos pro acampamento
fogo grande, chimarrão
depois da janta esperamos
a lua dar o clarão
sanfona chorava triste
contrapontiava o violão
meu peito cantava alto
uma milonga canção
meus companheiros afoite
o eco dentro da noite
responde na imensidão
não tem coisa mais bonita
que um fogo de acampamento
um tiroteio cerrado
marrecões em movimento
depois que o revôo cessa
aceite - se o argumento
toma um bom aperetivo
depois um bom alimento
pega o violão e a corvina
com a lua no firmamento
cantando encerro a caçada
não esqueço um só memento
sanfona, a mary e o pinho
a julieta e o zezinho
companheiro cem por cento