Tenho saudades da minha terra
em cima da serra onde eu nasci
a verde mata temperou meu sangue
por isso nunca eu te esqueci
ainda ouço o inhamdú piando
imaginando a verde mata
as saracuras cantando em festa
nas águas puras de uma cascata
refrão
ouço tinido da oito baixos
da gaita velha do seu ary
fazendo eco dentro da noite
o som mais alto que já ouvi
o sol desponta por trás da mata
o dia cresce a tarde vem
a noite desce céu estrelado
canta o roceiro lembrando alguém
o galo canta o outro responde
na vizinhança de madrugada
que coisa linda é amanhecer
com a sinfonia da passarada
refrão
as noites lindas de lua cheia
iluminou a minha infância
alto da serra mãe natureza
sonho contigo cá na distância
lá eu nasci e lá eu fiquei moço
lá aprendi a dançar a rancheira
lá conheci o meu primeiro amor
uma serrana linda e faceira
refrão
saí no mundo deixei a serra
toda florida na primavera
a casa branca onde eu nasci
hoje é tristeza virou tapera
tive notícias um outro dia
que judiou mais meu coração
o seu ary morreu foi embora
e a gaita velha foi no caixão
refrão