Patrão velho das alturas venho pedir tua benção
Ajojo em ti minha crença meu amado criador
Na lida xucra que abraço carrego a vida nos tentos
E desse jeito me apresento como um simples domador.
E quando um bagual se agarra cerro abaixo corcoveando
Sinto que deus ta me espiando abençoando a criatura
Depois que apeio do urco me ajoelho e tiro o chapéu
E rezo olhando pro céu ao pai velho das alturas.
E quando uma tropa estoura no breu medonho do escuro
Dentro de mim eu procuro a proteção do senhor
E a tua luz me protege, eu volto a ser piá de berço
E assim vou rezando um terço nos flecos do tirador.
Peço ao patrão celestial por mim alma chimarrona
Meu catecismo é a carona que eu benzo antes da lida
Sou um índio xucro de galpão por deus e nossa senhora
No papagaio da espora vai pendurada minha vida.
Por isso sempre me benzo ao cruzar uma capela
Pois sinto que dentro dela mateia o pai das alturas
Faço uma prece bem linda do jeito que eu aprendi
Nos meus tempos de guri da boca da noite escura.
Outra vez também eu rezo de uma maneira bagual
Estendo a alma no varal do galpão dos sonhos meus
Vira terço e rosário o teclado d aminha cordeona
Nesta vanera gaviona eu vou proseando com deus.
A maior autoridade de uma Estância, Fazenda ou CTG.
excelente, bom, ótimo ou cavalo xucro
Enorme, grande, belo e forte.
Coletivo de militares e de bovinos.
Guri.
Franjas do “Tirador” (pilcha de trabalho).
Selvagem.
Tipo de edificação que com o rancho forma um conjunto habitacional no RGS; numa Estância ou numa Fazenda, abriga o alojamento da peonada solteira, os depósitos de rações, almoxarifados, apetrechos, aperos, galpão-do-fogo, etc.
menino, garoto (Se usa em outras partes do Brasil)